domingo, 23 de outubro de 2011

Diário de um FLIQuante - Parte 6: pelos olhos dos outros III


Flashes da FLiQ – Dia 4

Por Milena Azevedo

O quarto dia da FLiQ veio com uma informação surpreendente: a cada 1 minuto, 40 pessoas entravam no pavilhão da FLiQ, estimando um público de 80 mil pessoas nesses cinco dias de evento. Olha que é a primeira edição da FLiQ e os números mostram ao empresariado local que vale a pena investir em um evento desse porte, unindo mídias distintas, embora irmãs, como a literatura e os quadrinhos (e aqui eu me refiro a quadrinhos locais, nacionais, mangás, cosplays).
Spacca ficou feliz em saber que a Cooperativa Cultural da UFRN havia conseguido trazer seus álbuns e se dispôs a autografar e fazer sketches para o público mais uma vez. De olho no horário da viagem de volta, Spacca não pode ficar muito tempo, mas levou na bagagem as HQs do Projeto 1ª Edição, alguns cordéis e meus dois livros de poemas: O Perfil da Águia e Prometeu Livre, confessando que não só gostava de poemas, como também adora escrever sonetos (tem mais de 40 escritos).
As atividades da tarde foram abertas com a mesa-redonda Leitura de imagens nas charges e caricaturas dos artistas do RN, formada pelos chargistas Ivan Cabral e Brum, tendo como mediador o quadrinista e professor Miguel Rude. O mestre Ivan Cabral deu uma aula sucinta e maravilhosa sobre leitura de imagens, com Brum reforçando que para fazer charge não é necessário apenas saber desenhar, mas ter um timing de crítica sócio-política e comicidade preciso.
Em seguida teve início a mesa-redonda mais descontraída da FLiQ, Desenhando Comics, com os artistas que trabalham para o mercado norte-americano: Geraldo Borges, Gabriel Andrade Jr. e Wendell Cavalcanti. Cada desenhista explicou como aos poucos foi abandonando suas carreiras e vivendo exclusivamente da produção de HQs. Geraldo Borges disse que é Engenheiro Civil, mas sempre gostou de desenhar. Quando foi agenciado pela Impacto Quadrinhos, trabalhava como funcionário da UNIFOR nos turnos da manhã e da tarde, à noite era professor da mesma instituição e de madrugada fazia as páginas para a DC Comics. Hoje ele tem um estúdio de desenho em Fortaleza, dá aulas na UNIFOR e seu rendimento maior vem mesmo dos quadrinhos. Ele trouxe toda a arte da nova revista do Lanterna Verde, que será publicada nos EUA no mês de novembro, mas pediu gentilmente a todos que não divulgassem as imagens ainda para que ele não pague multa à DC. Geraldo exibiu um vídeo do arte-finalista que trabalha com ele, para mostrar o caminho e o passo-a-passo da página. Já Gabriel, que também é agenciado pela Impacto Quadrinhos, informou ao público como conseguiu em tão pouco tempo chegar a assinar um contrato de exclusividade com a Avatar Press, tendo trabalhado com editoras renomadas como a Dark Horse e a BOOM! Studios. O sucesso foi fruto de muito estudo e persistência. E Wendell explicou que prefere trabalhar direto com os autores, tendo uma parceria consolidada com Eric Palicki, e anunciando que acabou de ser agenciado pela Spacegoat.
Mesmo o auditório sendo requisitado para os restantes das atividades, ainda deu tempo pra fazer perguntas variadas sobre o universo das HQs tendo como prêmios os livros que o Brum disponibilizou para sorteio.
A noite de autógrafos teve início como o João Henrique Lopes lançando seu livro Elementos do Estilo Mangá, no Espaço do Autor.

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