segunda-feira, 18 de julho de 2011

Guerra dos sexos em tirinhas

Por Luís Felipe Soares do Diário do Grande ABC -23.04.11

A eterna guerra entre os sexos sempre fez as pessoas rirem de si próprias. É com um olhar atento a essas diferenças entre homens e mulheres em um relacionamento que o cartunista Gilmar, do Diário, lança o livro "Ocre - Quadrinhos Não Recomendáveis Para Pessoas Românticas" (Zarabatana Books, R$ 29, 48 páginas), uma divertida e ácida visão sobre as divergências do amor.

Trata-se de uma coletânea da tirinha "Ocre", que surgiu em 2006, quando a obra deu ao andreense o segundo lugar como melhor tira no 33º Salão Internacional de Humor de Piracicaba, um dos mais tradicionais eventos do gênero no País. O resultado fez com que a ideia fosse desenvolvida em um trabalho que acabou sendo publicado em diversos jornais e na internet. 

A liberdade foi um dos principais motivos para a tirinha agradar tanto - o autor e o público. "O grande lance é que ela (a tira) não é feita com pauta. Sempre trabalhei com temas e segmentos, mas dessa vez fui livre para fazer o que quisesse", diz Gilmar.

O traço um tanto quanto sujo e sem preocupação de agradar dita o ritmo das histórias. É comum observar o protagonista na busca pelo prazer sem qualquer tipo de romance e o humor sagaz do cartunista contribui muito para os engraçados e improváveis diálogos entre os personagens. Os puritanos podem se sentir incomodados com algumas atitudes e situações, mas a grande sacada está no fato de que a verdade que permeia a mente (principalmente dos homens) acaba ganhando forma nos quadrinhos. As respostas atravessadas com certeza farão com que parte do público masculino se sinta representada.


Gilmar fez de alguns problemas pessoais a fonte de inspiração para a maioria dos contos. A ideia da obra foi fazer graça com a situação turbulenta. "É um escracho da relação homem e mulher. Todo o amor tem um prazo e depois começa o inferno pós-paixão. O objetivo é tirar uma onda com tudo isso." Segundo ele, o tempo começa a revelar a verdadeira faceta de ambos os lados. "O início do namoro é sempre lindo e meio político. Depois começam as brigas, voam panela e telefone, e as pessoas não querem mais se ver. Essa é a realidade", explica.


O fato de a inspiração estar a sua porta fez de "Ocre" o trabalho mais tranquilo da carreira. "Foi a coisa mais fácil que já fiz. Como não havia regras, a ideia fluía muito melhor."



A transformação de "Ocre" em um livro foi um passo natural. Desde a criação da primeira tira, havia o projeto de se lançar uma compilação de todas as obras. Infelizmente, a engraçada tira não é mais produzida, mas a batalha entre os homens e as mulheres para tentarem encontrar o falso paraíso do amor não tem fim.

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