segunda-feira, 18 de julho de 2011

Mercado de quadrinhos revitalizado

Editores ampliam oferta de HQs nacionais nas prateleiras, destacando a variedade de autores e temas
Por Diário de Pernambuco
O interesse e o espaço para as histórias em quadrinhos no Brasil têm crescido ano a ano nesta última década. Reflexo disso é o maior número de títulos nacionais publicados. Essa expansão tem revelado novos nomes e reforçado o talento dos veteranos. Também é possível perceber a chegada de obras mais ambiciosas ao mercado, fato que tem ajudado, e muito, a ampliar o público leitor e atingir quem antes não tinha interesse pelo assunto.


Cachalote, de Daniel Galera e Rafael Coutinho, esgotou a 1ª edição e será reimpresso Arte de Daniel Galera/Divulgação
São trabalhos que atraem leitores jovens e, especialmente, maduros, e fogem dos padrões mais comerciais de histórias em quadrinhos - se aproximando das HQs de autor, feitas na Europa e EUA. Dentro dessa proposta, Xampu - Lovely loser (80 páginas), de Roger Cruz; Memória de elefante (226 páginas), de Caeto; e Cachalote (280 páginas), de Daniel Galera e Rafael Coutinho, foram os destaques do ano.

Segundo André Conti, editor do selo Quadrinhos na Cia. (da Cia. das Letras), Cachalote está na segunda impressão - o que significa que aproximadamente 5 mil exemplares já foram vendidos. ´Onosso investimento em quadrinhos brasileiros valeu e continua para os próximos anos`, adianta Conti.

Editor de quadrinhos da Conrad, Rogério de Campos comemora a diversidade do material publicado no país atualmente: ´Os quadrinhos brasileiros já viveram momentos editoriais muitos fortes no passado, como, por exemplo, a grande produção de terror, na virada da década de 1950 para 1960, ou a cena de humor em torno do Pasquim. Mas era isso: o momento do terror, o momento do humor# O que me surpreende agora é a variedade de autores e temas`.

Para Campos, o fim dos preconceitos contra os quadrinhos tem facilitado a configuração do atual cenário. ´Até porque hoje em dia os quadrinhos são muito mais do que Pato Donald e super-heróis - cujas vendas, aliás, estão em crise há algum tempo. Isso ajudou no crescimento dos quadrinhos autorais e a atrair o público feminino`, contextualiza o editor.

A qualidade do material nacional, infelizmente, ainda não acompanha proporcionalmente a quantidade de títulos publicados. ´Um estigma que sempre assombrou os quadrinhos nacionais acabou dando as caras novamente: falta de bons roteiros. Se por um lado é ótimo a conquista de espaço entre tantas obras estrangeiras, por outro, é triste ver que muitos autores continuam não dando atenção aos textos, à história em si`, avalia Leando Luigi Del Manto, editor de quadrinhos da Devir Livraria. (Pedro Brant)
PUBLICADO EM 10.01.11

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